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Músico Cristão: Técnica ou Espiritual?

Atualizado: 5 de abr.

Para o músico cristão, o que deve importar mais: busca pelo aperfeiçoamento da técnica ou do espiritual?


Se você é músico e serve assim na sua igreja, com certeza já ouviu ou participou dessa discussão. Esse foi um tema sempre comentado em todos os lugares em que passamos, principalmente entre os instrumentistas. Aliás, o músico cristão deve se preocupar mais com a sua devoção ao espiritual ou à parte técnica?


Pra começar, vamos falar sobre a sua identidade. Quem você é.


Você é um cristão que é músico. Na sua identidade há técnica e espiritual. Não tem como separar essas duas partes. Esse é você. Um ser espiritual, e a música, uma área técnica.


Ser um cristão é seguir e ser como Cristo em todas as áreas da vida, seja ela qual for. Logo, deve ser normal a todos nós que a “parte espiritual” (digamos assim) seja o nosso estilo de vida, a todo tempo. Em outras palavras, a busca pela face do Senhor, a entrega, a busca por intimidade com Ele é o que deve nos mover, motivar, gerar vida. Todo cristão verdadeiro vive e se dedica ao que chamamos de “parte espiritual”, pois tem sede disso. É quem ele é.


“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída é como a alva, é certa; e ele nos virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” (Os 6.3)


“E a vida eterna é esta: que conheçamos a Ti, o Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (Jo 17.3)


Mas existe o outro ponto que deve fazer parte da sua identidade se você for também um músico: a parte técnica. A música é uma área técnica. É impossível ser um músico sem que se saiba o que se está fazendo ali em termos de notas, acordes e afinação, por exemplo.


Então fica aqui duas perguntas:


1) Você acha correto colocar aquele irmão, experiente em conhecimento do Senhor, cheio do Espírito Santo, que você respeita, que enxerga seus frutos de acordo com que a bíblia diz, etc etc... um irmão assim, “imitador de cristo”, cantar e liderar o momento da louvor na sua igreja enquanto o mesmo canta tão desafinado e fora do tempo que faz os instrumentistas e os irmãos da igreja se perderem?


2) Você acha correto colocar um cantor secular experiente e aquele guitarrista de primeira qualidade daquela banda secular do momento pra tocar na sua igreja só porque eles dominam todas as notas, acordes, firulas, arranjos e linguagens musicais possíveis existentes?


A resposta é não. Se você ficou com dor de barriga só de ler essas duas perguntas, assim como eu, vamos adiante.


Acho que já percebeu nossa conclusão. A “parte espiritual” é obrigação de todo o Cristão, mas ter também a “parte técnica” é para aquele que quer ser um músico cristão.


Sigamos no nosso raciocínio.


Te apresento assim, João, o irmão “só unção” e Lucas, o irmão “só da técnica”. Vamos apresentar alguns pontos que podem se encaixar e descrever tais irmãos. Veja se você encaixa em algum deles. (concordando com o blog Mais que Adoradores).


João Só Unção:


Sempre acaba usando o argumento “irmãos só unção” toda vez que questionado e sugerido que melhore tecnicamente. Vamos levantar alguns pontos que podem explicar essa atitude:


1) Algumas pessoas não conseguem perceber os erros técnicos;

2) Não são bons músicos ou cantores;

3) Tem pouco conhecimento técnico;

4) Tem preguiça de estudar, treinar e buscar aulas na internet;

5) Não pede ajuda e conselhos;

6) Não pede/ não aceita feedback;

7) Não tem condições financeiras para estudar, não gasta tempo buscando na internet ou não quer abrir mão de algum gasto para investir em seu ministério;

8) Não tem tempo para estudar ou abrir mão de algo para ter mais tempo;

9) Tem alguma dificuldade cognitiva, não conseguindo assimilar as letras, cifras e notas;

10)Pode possuir alguma limitação motora, consegue assimilar a música, mas não a consegue executar;

11)Possui alguém que gosta ou da sua família que tem as características acima e decide perpetuar o legado.


Lucas Só Técnica


Esse irmão prefere trocar um período de oração ao Senhor pra ficar ensaiando. Vamos às suas características:


1) Prioriza somente as atividades técnicas, como ensaio, deixando para segunda instância um evento para seu crescimento espiritual;

2) Tem dificuldade de dedicar sua atenção ao longo do culto, saindo após a sua “apresentação”;

3) Não tem paciência com aqueles que estão tentando aprender, começando a tocar em grupo;

4) Acha que domina toda a parte técnica existente e não gosta de tocar com quem ainda não a absorveu;

5) Visão de que certas atividades espirituais são perda de tempo;

6) Ele é a voz da razão durante os ensaios;

7) Delega a sua responsabilidade espiritual, busca, consagração, etc.. para o líder, ministro, etc..

8) Suas opiniões sempre estão corretas e fica nervoso quando não é ouvido;

9) Não gosta de ensinar aquilo que sabe.


NOSSA CONCLUSÃO


Diferente do mundo, no dia a dia das igrejas, a capacidade técnica é um caso a parte e, muitas vezes, por falta de músicos disponíveis, acaba-se sofrendo com a qualidade técnica. Existem aqueles que têm uma habilidade natural para música e aqueles que adquirem essa qualidade. Ambos, sem busca por novos conhecimentos, acabam por ficar limitados. Principalmente porque a área da música é infinita.


CLARO que existem níveis de aprendizado e também dias que “dá tudo errado”. A gente acaba errando umas notinhas aqui outras ali, e no final, a música pode acabar um desastre total. Quem nunca? Dias maus acontecem. Mas não estamos falando disso aqui, pois estes não devem ser nossa rotina. Estamos falando que o serviço que você presta ao corpo de Cristo deve ser feito com muito zelo, pois o nosso Deus é um Deus zeloso. E você é músico, ou não é.


Neste caso, se é o da ministração de louvores, você precisa se dedicar. Se for com a voz, que seja afinado, busque aprender novas técnicas, fazer outras vozes, estude. Se for nos instrumentos, vale o mesmo. Busque extrair o máximo que você pode de pessoas mais experientes e não tenha medo de perguntar. Entenda que estamos na igreja para servir.

CLARO que não estamos dizendo que os músicos da igreja devem ser apenas aqueles profissionais, com anos de experiência, etc.. Mas pessoas conscientes da realidade do seu chamado e dedicadas.


Não existe como excluirmos a parte técnica ou diminuí-la para um tamanho tão pequeno, a ponto de acharmos que se soubermos o tão aclamado “café com pão” ou “jaqueline” está bom.


"As mãos zelosas e dedicadas governarão, mas os preguiçosos acabarão sendo forçados a trabalhar" (Pv 12.14)

"Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo" (Cl 3.23-24)

"Assim, quer vocês comam, quer bebam, quer façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus" (1Co 10.31)

Além disso, pessoas desafinadas e instrumentos tocados de forma errada a-t-r-a-p-a-l-h-a-m o andamento do louvor, confundem a comunidade de fé na hora de louvarem conjuntamente. Você pode dizer por exemplo, “nada a ver, minha adoração é pessoal, ninguém me atrapalha”, mas eu tenho certeza que um dia no meio da sua adoração, no momento de louvor, o ministério de louvor ficou meio perdido e você, lá no seu banco, parou de cantar por um tempo pra tentar se reconcentrar novamente.


O momento do louvor, na hora do culto, é feito em CONJUNTO, músicos e igreja, cantando JUNTOS ao Rei dos Reis, sem reservas, sem impedimentos, sem dificuldades, fluindo em adoração de forma leve e na mesma direção.


É fato que um grupo de louvor e adoração não subsistirá sem o mínimo de equilíbrio. Claro que existem irmãos que são bem capacitados tecnicamente e que também são cristãos verídicos, que buscam ao Senhor e o encontram (Jr 29.13). Acredito que essas são pessoas com quem podemos aprender bastante, ouvir e pedir feedbacks . São esses que devemos tomar como exemplo de músicos cristãos e não perder aquele tempo discutindo se técnica ou unção é melhor. Como dito acima, se ser um músico cristão é sua identidade, você deve ser completamente de Cristo, contendo também técnica. Não há como separar essas duas características e continuar com a mesma identidade.


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